Na borda destas águas mansas e imperturbáveis a minha certeza de já ter perdido tanta da ondulação da vida desenha-se perfeita e bem definida nas formas que fazem as sombras das árvores, tão firmes e seguras. Talvez tenha desejado demasiado ser como elas. A estabilidade dos largos troncos, a segurança das raízes, a constante verticalidade. Talvez me devesse ter sonhado pássaro, uma dessas criaturas enigmáticas que tanto admiro e que insistem em pousar-me, distraídas, nos galhos dos olhos, esses sim, inquietos, sempre à procura de uma certa altitude inacessível aos seres comuns como eu.
*
Au bord de ces eaux calmes et tranquilles, ma certitude d'avoir déjà raté tant d'ondulations de la vie est parfaitement et bien définie dans les formes que prennent les ombres des arbres, si fermes et si sûres. Peut-être ai-je trop voulu leur ressembler. La stabilité de leurs larges troncs, la sécurité de leurs racines, leur constante verticalité. Peut-être aurais-je dû me rêver oiseau, une de ces créatures énigmatiques que j'admire tant et qui s'obstinent à se poser distraitement sur les branches de mes yeux, qui s'agitent, toujours à la recherche d'une certaine altitude inaccessible aux créatures ordinaires comme moi.
*
Linda reflexão! ssas raízes nos fazem ser o que somos, buscando a verticalidade sem esquecer que nessa trajetória há finos galhos que se entrelaçam e por vezes nos fazem lembrar da necessidade de rever rumos e traçar novas rota como pássaros em voo livre. Grandes mulheres registradas nessa fotografia! :)
ResponderEliminarObrigada pela leitura e pelas palavras!
EliminarTens pássaros que te saem do olhar para com eles usufruíres das águas mansas e assim esqueceres a demasiada ondulação que é a vida.. Carinhosa, a imagem.
ResponderEliminarTudo de bom.
Um beijo.
abracinho grande, Graça! Já estou em França!
Eliminar